08/12/2012

generalidades I - remuneração

Uma (dupla) pergunta frequente de iniciantes é: editora paga bem? dá pra viver de tradução?

Minha reação imediata tem sido, há décadas, responder: sim, editora paga bem; sim, dá pra viver de tradução.

E aí entram alguns aspectos.

O mais singelo e universal deles é o que você considera "pagar bem". A questão me parece meio bobinha e comporta infinitas respostas - não vale a pena nos determos sobre ela.

O outro aspecto, mais concreto, é a variação dos valores pagos pelas editoras. Tem variação? Tem, sim, e bastante. Os valores pagos variam de editora para editora, de língua para língua, de grau de facilidade para grau de complexidade do original, da experiência da pessoa. Tudo isso também é meio autoevidente e bastante fácil de entender.

Mas suponhamos o mínimo: língua de partida "fácil" ou "normal", como dizem (inglês, francês, italiano, espanhol), obra de pouca complexidade, editora não muito generosa, digamos assim, experiência quase zero da tradutora.

Aí surge aquela coisa: tenho notícias de editoras que pagam valores assombrosamente baixos. Estas, nem vou levar em conta. Vamos falar apenas de editoras minimamente sérias em relação a seus colaboradores.

Você é iniciante, está doida para pegar qualquer coisa para começar e toparia condições escorchantes? Bom, vai com Deus, filha, boa sorte: é só o que posso dizer. Mas acho uma fria danada, e uma hora explicarei por quê.

Então, voltando: você é iniciante, mas não é doida. Aí você começa. Acho que, se você fizer as contas e concluir que, num ato de extravagância para uma ocasião única, poderá comprar um Dom Pérignon para comemorar o final de sua primeira tradução para uma editora, está bem começado.